sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Fábrica de Gazosa Zimmer

Uma referência regional
Por: João Weber Griebeler
Município formado em sua maioria por imigrantes de origem alemã, Roque Gonzales sempre teve uma história própria, baseada na iniciativa e arrojo de sua população, que nunca mediu esforços para realizar seus objetivos, tanto que apesar das dificuldades enfrentadas ao longo destes 34 anos de emancipação, o município tem se constituído num pólo de desenvolvimento regional. Cresce a cidade, vilas e bairros e o setor comercial e industrial se torna cada vez mais diversificado.
Uma experiência pioneira que tivemos aqui foi a Fábrica de Gazosa e Refrigerante de Laudelino Zimmer, administrada pelo seu proprietário e familiares, que incluía sua esposa Alma e o irmão dela, Osmar Scheeren, com início de atividades no ano de 1958. Mais tarde, com a saída de Osmar, começaram a trabalhar na indústria Derli Hilbig (residindo atualmente em São Luiz Gonzaga), ali ficando por onze anos e Círio Schu, por três anos.
De acordo com uma das mais dedicadas trabalhadoras da empresa, D. Alma, a primeira tachada da Cerveja Pirapó, eqüivalendo a 25 caixas, cada uma contendo 24 garrafas, foi distribuída gratuitamente aos vizinhos e amigos, comprovando que na época já se fazia um ótimo marketing para dominar o mercado e, diga-se de passagem, ao longo das décadas seguintes, o nome de Laudelino Zimmer sempre esteve em evidência, firmando-se como o maior comerciante de bebidas a nível local.
Além da cerveja branca e preta, industrializava-se a gasosa com sabor laranja e abacaxi, o guaraná, framboesa e tutti frutti.
O primeiro contato que, particularmente, tivemos com a Fábrica de Gazosa, produto que foi, por sinal, a grande referência desta indústria roquegonzalense, foi quando nos mostraram um rótulo de guaraná da década de 60. Emblema histórico da indústria, cujo número no Cadastro Geral de Contribuintes era 88.895.594. Esta etiqueta prima por sua raridade, pois foi a única que pudemos ainda encontrar daquela marca de bebida.
Fechada há cerca de 30 anos, a antiga fábrica ainda está lá, tal como era, em sólida estrutura de tijolo, abrigando em seu recinto todo um passado histórico, digno de preservação. Visitando suas instalações, encontra-se praticamente todo o maquinário utilizado naquela época. O tacho para fazer cerveja fica do lado de fora, na entrada junto ao fogo que fermentava o levedo e deixava a infusão pronta para ser engarrafada.
Dentro, está a máquina de fazer o delicioso guaraná, o engarrafador, movido a pedal, o lavador de garrafas e o poço de água límpida. A produção em média atingia 150 caixas semanais.
O transporte dos engradados de garrafas e barris de cachaça no início era realizado por uma carroça, puxada por uma junta de bois. Levava-se nas viagens 25 engradados, carga máxima da carroça. Como “combustível”, ia milho debulhado para alimentar o gado. A área de entregas envolvia as localidades da Florida, São Sebastião, Dezesseis de Novembro, Afonso Rodrigues, Colônias Limeira e Laranjeira.
Isso durou até que foi adquirido um caminhão Chevrolet 1956, quando a abrangência da distribuição atingiu todo o município substituindo-se este por um do ano 58. O terceiro caminhão foi um Ford F-5, de 1958. Depois veio um F- Super/61, seguindo-se o Ford 1960, que a família ainda possui, tendo inclusive ganho uma gincana com ele por ser o veículo mais antigo de Roque Gonzales e, ainda em perfeitas condições de trafegabilidade!
Com o caminhão, viajava toda a família na entrega de bebidas nas festas. Partia-se nos domingos pela manhã e voltavam à tardinha. Como não havia congelador nem energia elétrica na maioria das comunidades interioranas, buscava-se no dia anterior, em Cerro Largo, blocos de gelo para “refrescar” as garrafas. O gelo era preservado sendo envolto em bolsas de estopa recheadas de serragem.
Na antiga sede social do Clube 15 de Novembro, havia um porão para tal fim, onde se depositavam as garrafas, cobrindo-as com serragem e jogando água por cima. Laudelino conta que quando se desmanchou este porão, ainda havia lá garrafas da Cerveja Pirapó, guardadas há coisa de 3 ou 4 anos!
Em 1968, inicia-se também o depósito de bebidas, das marcas Brahma e Serramalte, além da Coca-Cola. A indústria de bebidas esteve em atividades até o ano de 1970, prosseguindo depois como depósito de bebidas, com breve interrupção de alguns anos.
Em fevereiro de 1991, através da constituição da empresa Atacadista de Bebidas Zimmer, a cargo de Marcone Zimmer, a família volta ao ramo de comércio de bebidas, adquirindo de Zenone de Pelegrin. Quase todas as marcas de bebidas encontram-se disponíveis, cervejas Skol, Brahma, refrigerantes Pepsi-Cola, Teen, Mirinda, etc., atendendo-se as comunidades de Colônia Laranjeira, Limeira, Esquina Laranjeira, Gramado, Flach, Linha Sobrado, Saltinho, Rincão do Meio, Rincão Vermelho, Portão, Esquina Fátima, Emanuel e Vila Dona Otília. Enfim, todo o município de Roque Gonzales, mais as localidades de Afonso Rodrigues e Rincão São João.
Os telefones da empresa são: (55) 365 - 1158 (Com.)/365 - 1401 (Res.).

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