segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Roque Gonzales e o Turismo

Por João Weber Griebeler
Em Roque Gonzales está acontecendo uma transformação significativa, com a diminuição do setor rural, devido em partes a perda de áreas agricultáveis para a barragem da Usina Passo São João e, também, devido ao envelhecimento da população que estava radicada na agricultura, a qual, ao obter a sua aposentadoria, passa a acalentar o sonho de melhorar de vida, residindo na cidade.
Todos, enfim, atingidos pela barragem e ex-agricultores já na terceira idade, passam a integrar o meio urbano, necessitando, portanto, a cidade a ter de oferecer outras oportunidades de empregos e negócios para sua população e, sem dúvida, uma dessas possibilidades é mudar a força da matriz produtiva, inovando em outros pólos de negócios e formas de se qualificar produtos e ganhar renda.
Uma dessas opções é a considerada “indústria sem chaminés”: o turismo e, Roque Gonzales, está passando por uma oportunidade única na história regional com a construção da Usina Passo São João.
Vamos ter, enfim, atrativos capazes de motivar visitantes a virem de outras cidades para Roque Gonzales, seja para conhecerem a primeira estação geradora de energia do governo federal na retomada da Eletrosul, no próximo ano de 2010, seja para conhecerem o lago da barragem e o atrativo de um balneário sustentável, equipado com atrativos únicos na região para o esporte aquático e o lazer, sem contar outras atrações que, já temos, bastando olhar ao nosso redor e elencar alguns destes locais.
Este é o objetivo de uma série de matérias que o Jornal Igaçaba vai procurar proporcionar aos seus leitores!
Destes locais a merecer destaque, um dos cartões postais mais visitados, filmado e fotografado pelos visitantes é a Igreja Matriz da Paróquia São Roque Gonzales, com a pedra fundamental da edificação tendo sido lançada no dia 14/05/1950, nos tempos em que pertencíamos à Paróquia de Pirapó, sob o comando do Padre Francisco Rieger, com Bruno Heinzmmann sendo o construtor responsável pela obra
Entre a construção da igreja nos anos 1950 e a época atual, houve sensíveis modificações na Igreja Católica, principalmente devido ao 2o Concílio Vaticano, como o costume de celebrar a missa em latim e o pároco rezar de costas para os fiéis.
O melhor exemplo está na arquitetura, com a igreja de Roque Gonzales sendo uma das últimas construídas no estilo medieval nas Missões, neo-gótico (dos quais, uma das referências é a Igreja Votiva, em Viena (Áustria), denominado de ARQUITETURA REVIVALISTA, com raízes na Inglaterra do século 18 e grande influência na Europa e Américas, como a Catedral de São Paulo com suas duas torres.
Um detalhe a observar é que esta não é a primeira igreja católica matriz de Roque Gonzales. A antiga igreja era apenas uma capela, dedicada a São Pedro Canísio, que fazia também de local de escola, a Escola Roque Gonzales, com o sino ficando num campanário ao lado e, estava localizada onde hoje é a primeira sala do Centro Catequético. Aliás, este foi construído com os tijolos e todo o material da antiga igreja, demolida no dia 03/01/1955..
O 1o documento de uma associação de cidadãos roque-gonzalenses foi a ata de fundação da igreja, da escola e do cemitério, em 06/01/1928 (até pouco tempo, o dia 06 de janeiro costumava ser feriado, devido ser o DIA DE REIS, tanto que a data de fundação do Olaria FC, em 1966, também foi nesse dia, por ser um dia santo de se guardar!).
Mesmo tendo uma nova e ambiciosa estrutura, a nova igreja permaneceu capela até o dia 14/04/1963, quando passou a ser paróquia e o 1o pároco foi Monsenhor Luiz Kreutz, nomeado em 23/06/1963.
Uma visitação aos locais religiosos de Roque Gonzales deve incluir a Casa Canônica, ao lado da igreja, que é outra significativa construção da arquitetura religiosa, iniciada em 25/11/1962, sob a determinação do Padre Fridolino Binsfeld, muito empreendedor e construtor!

Colorindo a Luz do Senhor - Os vitrais coloridos que ornamentam as janelas tem toda uma simbologia, sendo os dez principais com o tema da Via Sacra e quatro menores (do Altar).
Está se pensando numa restauração destes vitrais, obra demorada e que demandará cerca de um ano de trabalho, com um custo aproximado de R$ 17 mil, conforme avaliação de empresa restauradora da cidade de Canoas.

Histórico - As comunidades reunidas em capelas formam as paróquias e, estas, as dioceses e, seu número e constituição no decorrer dos anos, é uma história própria, com opções e desistências. Assim, do que viria a ser o futuro município de Roque Gonzales, a primeira comunidade a constar na formação de uma paróquia é a da Barra do Ijúi, formando em 1932 a Paróquia São José, de Pirapó.
A Paróquia Sagrada Família de Nazaré, de Serro Azul (Cerro Largo), criada em 1919, rezava, em ata constante do livro da Diocese Missioneira de Santo Ângelo, que vinha “fazendo divisa com o Rio Ijuí” acompanhado a seguir “a sombra do mato até a Linha Dona Helena”. Ou seja, até a Esquina Fátima e passando pela Vila Dona Otília.
A criação solene da comunidade de Roque Gonzales foi em 27/01/1927, em missa celebrada pelo Monsenhor Estanislau Wolski, quando integrávamos a Paróquia São Luiz Gonzaga, criada em 08/01/1859, em decreto da Assembléia Legislativa e o Governo Imperial!
A nossa Paróquia São Roque Gonzales foi formada pelo Bispo Dom Aloisio Lorscheider, desmembrando as comunidades da paróquia de Pirapó (Roque Gonzales, Colônia Laranjeira, Nova Flórida e Rincão São João), da paróquia de São Luzi Gonzaga (Afonso Rodrigues); de Cerro Largo (Esquina Fátima e Santa Teresinha) e de São Paulo das Missões (Linha Sobrado).
Todos pertenciam à Diocese de Uruguaiana, até a criação da Diocese Angelopolitana, criada em 22/05/1961 e instalada em 12/06/1962.

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